Napoleão Tavares Neves, o Mestre Por:Manoel Severo




Há algum tempo atras, coisa de cinco anos, iniciei minhas pesquisas sobre o Cangaço. Dediquei-me à leitura; visita a inúmeros lugares, cenários dessa verdadeira epopéia nordestina; conversando com um e com outro, buscando informações em jornais e revistas antigas, frenquentando bibliotecas, enfim. Quando os estudos despencaram para os lados do Cariri, encontrei uma unanimidade: Napoleão Tavares Neves.

Na verdade, apesar de radicado no cariri já a 13 anos, ainda não havia conhecido pessoalmente o referido memorialista e historiador; nascido em Jardim e morando em Barbalha. Descobri que era médico e que permanecia trabalhando, atendendo aos muitos que o procuravam, ali mesmo,em um dos hospitais de Barbalha. Procurei seu telefone no auxílio à lista e me aventurei; ligando, atendeu uma senhora que foi chamá-lo. Me identifiquei falando de meu interesse pela temática do cangaço nas terras caririenses, de pronto Dr. Napoleão pediu para que lhe fizesse uma visita dali a dois dias em sua residência.

A primeira conversa transcorreu em tom solene, o aprendiz de pesquisador perguntando e o Mestre da história respondendo, foram mais de tres horas de embate, surpresas, confirmações, descobertas, enfim, tive ali duas certezas: Primeira, havia encontrado a pessoa certa; segundo: O cariri realmente tinha muito a mostrar a todos os que se interessam pela temática do cangaço. De lá até hoje tenho tido o privilégio de sempre está ao lado desse historiador ímpar, homem de uma memória extraordinária, médico humanitário e acima de tudo um homem de uma gentileza e uma docilidade sem igual.
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Quando surgiu a idéia de construirmos o Cariri Cangaço, trazendo para a nossa região o maior fórum sobre o assunto já realizado no Brasil, unindo os municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha, além da URCA e o ICC, ICVC e Pró Memória; a primeira pessoa que procuramos não poderia deixar de ser Napoleão Tavares Neves; naquela tarde de um domingo do mês de Abril, sentados na varanda de sua casa, ainda lembro de suas palavras quando o provoquei: "E aí Mestre vamos fazer o Cariri Cangaço?" e ele respondeu: "Rapaz você tem coragem mesmo de fazer um negócio desse tamanho, então vamos lá, estou com você." E assim aconteceu.
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Diana Lopes, Dr. Napoleão e Professor Pereira
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Ao amigo Napoleão Tavares Neves, a minha eterna gratidão por toda atenção, todo carinho e respeito que nos tem dedicado, parabens por ser esse homem exemplar, referencia para todos nós que o conhecemos.
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2 comentários:

Marcio disse...

Boa tarde, parabéns pelo texto. Como posso encontrar em contato com o Dr. Napoleão? Gostaria de tirar uma dúvida sobre meus antepassados com ele. Obrigado!

Anônimo disse...

Infelizmente ele faleceu em março de 1922