A cangaceira Sila em noite calorosa Por:Alfredo Bonessi

Alfredo Bonessi e Wilton Dedê

 Sila mentiu ?

Aderbal Nogueira- principal interessado na abordagem e discussão do tema, proferiu a seguinte pergunta aos presentes e em seguida passou a palavra ao sucessor por ordem das cadeiras:

- peço, por gentileza, a todos os presentes que citem três mentiras ditas por Sila.
 Aderbal Nogueira, Antônio Tomaz e George "Seixas"
  
O microfone passou de mão em mão até o Professor, Estudante, Pesquisador e Membro Fundador do GECC – Alfredo Bonessi- o qual proferiu as seguintes palavras:

- nenhum personagem daqueles tempos, que restou vivo, volante e cangaceiro, foi capaz de aquilatar as repercussões que o tema cangaço teria futuramente...todos procuraram enfeitar a história do pouco que se lembraram, omitiram seus crimes, os crimes que participaram e os crimes vivenciaram...a idade avançada foi o principal fator capaz de embaralhar as datas dos eventos, fatos e acontecidos citados por esses personagens;

 

- Sila escreveu três livros todos diferentes em conteúdo. Neles se co
nfunde no tempo entre os personagens: irmãos – pai - Zé Bahiano(seu admirador e futuro marido) -Nenê(de Luiz Pedro) e fatos, principalmente com relação a si mesma, a ponto de não saber a data em que nasceu, nem que idade tinha quando seu pai faleceu. Comprovou-se que ela queria mesmo ir para cangaço e esperava por Zé Bahiano . Na verdade apareceu Zé Sereno, tendo ela acompanhado esse cangaceiro sem saber do destino de Zé Bahiano. Ele já havia morrido meses antes.

 

-no mais é aquilo que já foi dito: Sila tinha pouca vivência no Cangaço, sabia muito pouco, era uma simples dona de casa em São Paulo quando, descoberta, virou artista e famosa. A idade avançada e os anos de muito sofrimento fez com que escondesse alguma coisa com medo da justiça, com medo de comprometer outras pessoas e levou para o túmulo pouca coisa que ainda não sabemos.

Por fim, o Estudante e Pesquisador Ângelo Osmiro apresentou o resultado de um trabalho seu sobre os livros escritos por Sila, comparando-os a luz de datas, fatos e acontecidos em que todos os presentes puderam realmente ficar a par das discrepâncias acontecidas, mais de uma dezena de equívocos, contradições, omissões donde se concluiu que Sila estava perdida no tempo e no espaço quando ditou a obra para os escritores que escreveram o que quiseram sobre ela. Sila mesmo em vida confessou que nem ela tinha lido os livros e não sabia o que tinham escrito sobre a vida dela.

Haroldo Felinto, Edilson, Cel. Gutemberg e Ângelo Osmiro

Por fim, concluímos, que ainda temos muito que pesquisar e estudar, eliminando e deixando de lado aqueles escritores fantasiosos e destituídos de vontade de buscar a verdade. O cangaço é um mistério que se acabou com Lampião em 28 de julho de 1938 – só ele poderia nos dizer o porque de tudo aquilo, o porque da violência, o porque de ser cangaceiro, o porque do orgulho, da prepotência, da arrogância com relação aos demais pobres sertanejos, trabalhadores, sofredores, que se não bastasse a região hostil, as intempéries, as doenças, as secas, ainda sofriam nas mãos dos seus algozes: volantes e cangaceiros.

Somente o tempo poderá nos indicar as veredas culturais de raízes históricas em que se possa encontra os motivos, as razões para tanta violência, desamor, crimes de todas as formas, ganância, cuja verdade absoluta jaz no interior dos túmulos daqueles que se debateram naqueles tempos, com dor, sofrimento e sangramentos de ambos os lados. Se tudo isso valeu a pena, a resposta está com eles.

Alfredo Bonessi - Professor – SBEC - GECC

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo Capitão Bonessi pergunta:
O cangaço é um mistério que se acabou com Lampião em 28 de julho de 1938 – só ele poderia nos dizer o porque de tudo aquilo, o porque da violência, o porque de ser cangaceiro, o porque do orgulho, da prepotência, da arrogância com relação aos demais pobres sertanejos, trabalhadores, sofredores, que se não bastasse a região hostil, as intempéries, as doenças, as secas, ainda sofriam nas mãos dos seus algozes: volantes e cangaceiros.
Eu acredito que Lampião respondeu essa pergunta em 1926, em entrevista ao Dr Otacilio Macedo. Vejamos:
- Não pretende abandonar a profissão?
A esta pergunta Lampião respondeu com outra:
- Se o senhor estiver em um negócio, e for se dando bem com ele, pensará porventura em abandoná-lo? Pois é exatamente o meu caso. Porque vou me dando bem com este "negócio", ainda não pensei em abandoná-lo.

- Em todo o caso, espera passar a vida toda neste "negócio"?
- Não sei... talvez... preciso porém "trabalhar" ainda uns três anos. Tenho alguns "amigos" que quero visitá-los, o que ainda não fiz, esperando uma oportunidade.
Palavras do Sr. Virgulino Ferreira.

O cangaço de Lampião não me parece assim tão misterioso, o próprio cangaceiro declara sua motivação.
C Eduardo

Anônimo disse...

Amigo Carlos Eduardo
Saude

O Cangaço se acabou com Lampião, mas não iniciou com ele.Vamos aprofundar mais os nossos estudos.Creio que a verdade nunca saberemos.Eis o mistério. Alfredo Bonessi - GECC - SBECC