Canudos por Evandro Teixeira


Evandro Teixeira, nascido na Bahia, começou a sua carreira de fotógrafo em 1958 no jornal DIÁRIO DA NOITE, no Rio. Em 1963, ingressou no JORNAL DO BRASIL, onde está até hoje, cobrindo os principais episódios políticos, sociais e esportivos do país e eventos mercantes do cenário mundial. Golpe militar no Brasil, golpe no Chile, Jogos Olímpicos, Copas do Mundo. Visitas de reis e rainhas, viagens presidenciais, peregrinações de papas. Desfiles de moda em Paris, violência policial, seca no Nordeste.

O olhar de Evandro Teixeira ganhou o Brasil e o mundo. Além das principais capitais do país, Evandro expôs em Paris, Frankfurt, Zurique, Madri, Veneza, Basel, Nova lorque, Cuba, México, Buenos Aires, Bogotá. Seu nome e currículo estão na Enciclopédia Internacional de Fotógrafos, onde estão reunidos os maiores nomes da fotografia no período de 1839 até os dias de hoje. Suas fotos fazem parte dos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio, Masp e Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Belas Artes de Zurique, Suíça e Museu de Arte Moderna La Tertulia, Cáli, Colômbia.

 
 

O primeiro prêmio veio em 1969 concedido pela Sociedade lnteramericana de Imprensa. Recebeu, entre outros, os prêmios dos concursos internacionais da Nikon (Japão, 1975 e 1991) e da UNESCO (1993). Publicações internacionais corno "Photo" (Franca), "Harper's Bazaar" e "7″ (Itália), Revista da Leica (Alemanha) e Revista de Fotografia da Suíça já dedicaram páginas a seu trabalho. Na imprensa brasileira, é fonte de referência obrigatória quando o tema é fotografia. Vem sendo jurado de importantes prêmios nacionais e internacionais.
Evandro editou dois livros: "Evandro Teixeira – Fotojornalismo", lançado em 1982, registra acontecimentos e personagens nacionais e internacionais mercantes desde a década de 60, com prefácio e textos de Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende e Antonio Callado. Uma segunda edição ampliada foi lançada no Rio, São Paulo e Basel (Suíça) em 1988, com novas fotos e texto do jornalista Marcos Sá Correa. Quatro anos depois, "Fotojornalismo" foi incluído no acervo da biblioteca do Centro de Artes Georges Pompidou, Paris, França.

 
 

Já em 1997, foi a vez de "Canudos 100 Anos", onde Evandro eterniza, através da fotografia em preto-e-branco, os vestígios e os sobreviventes da Guerra de Canudos, transformando as suas fotos, o prefácio de Antonio Callado e o texto da jornalista lvana Bentes num registro histórico e artístico desse importante capítulo da história brasileira.
Em paralelo à Villa Maurina, Evandro inaugura em abril uma exposição individual em Basel, Suíça. No segundo semestre deste ano, participa, na Galeria da Leica, em Nova lorque, de uma mostra coletiva dos 40 mais importantes fotógrafos do mundo, ao lado de Sebastião Salgado (os únicos dois brasileiros da mostra), Henri Cartier Bresson, Robert Capa e Marc Ribaud. E expõe individualmente na Galeria da Leica, Alemanha.

Evandro Taixeira

Evandro Teixeira: Um Depoimento...

"Há 38 anos sou fotógrafo do Jornal do Brasil. Isto é suficiente para me ligar ao mundo em todos os momentos. Minha aventura pessoal identifica-se com a aventura vivida pelo mundo. Não tenho méritos por isso: sou um homem manejando uma câmera. Quando bem operada, é um fósforo aceso na escuridão. Ilumina fatos nem sempre compreensíveis. Oferece lampejos, revela dores do impasse do mundo. E desperta nos homens o desejo de destruir esse impasse.

Dirijo minha energia à perseguição desse objetivo: captar a aventura de cada um, desvendando, através da imagem, seus pequenos mistérios. Gosto de ter absoluta visão da rua, meu ambiente, lugar onde os homens lançam desejos e sofrem destinos. Na rua, me esforço para atender ao mundo, e reproduzir o meio físico através da minha maneira particular de olhar a vida.

Neste esforço de desvendar a alma das coisas, sou um profissional insatisfeito. Minhas fotografias são tristes. Sou fotógrafo que anda devagar com sua máquina. A ênfase que coloquei no meu trabalho, cristalizando o meu momento numa imagem, não contribuiu para trazer alívio às minhas aflições. O mais importante é o que deixei de fazer e o que deixarei de realizar vida afora."


Fonte: Perfil Coronel Delmiro Gouveia
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